segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Rio Verde, cidade perigosa para negros



Por: Redação - Fonte: Afropress - 22/7/2009

Brasília - Rio Verde, em Goiás, é a cidade mais perigosa para adolescentes e jovens negros, segundo o Estudo do Laboratório de Análise da Violência da Uerj – realizado em parceria com o Observatório de Favelas, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, que revelou o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA).

Lá o risco de um adolescente e ou jovem negro – na faixa entre 12 e 18 anos - morrer assassinado antes de completar 19 anos é 40 vezes mais alto que um branco. No Brasil, a média de risco é de 2,6 vezes mais de um negro ser vítima de homicídio. O Estudo se baseia em dados de 2.006, que constatou que 46% dos jovens nessa faixa etária são vítimas de homicídios e foi feito nas 267 cidades brasileiras com população superior a 100 mil habitantes.

O IHA é calculado levando-se em conta grupos de 1 mil jovens e apresenta como média nacional 2 jovens mortos para cada mil, considerado muito alta pelos estudiosos. Em apenas 22% dos municípios o risco é maior para os brancos.

Região de maior riscoOs maiores riscos (acima de 5) para jovens negros acontecem na Região Nordeste. Entre as cidades que se destacam estão Fortaleza – a capital cearense - e cidades do entorno como Caucaia, Maranguape e Maracanaú. Também a Região Metropolitana de Recife, João Pessoa e Santa Rita, na Paraíba, além de Maceió, Salvador e o seu entorno- Camaçari, Simões Filho, e cidades do Sul da Bahia, como Ilhéus e Itabuna.

Os municípios de Parnaíba, no Piauí, e Açailândia, no Maranhão, Belém – a capital do Pará, na Região Norte – bem como Abaetuba e Castanhal, apresentaram riscos relativos entre 5 e 10. No Pará, os lugares em que negros correm mais risco de morte precoce, são os municípios de Ananindeua (risco relativo superior a 10) e Santarém – risco na faixa entre 5 e 10.


Onde mora o perigo


Em Goiás, além de Rio Verde, a campeã nacional em letalidade para jovens negros, destacam-se Águas Lindas de Goiás, próxima à Brasília, que também apresenta risco superior a 10, e Luziânia, cujo risco fica entre 5 e 10.Sabará, em Minas Gerais, Linhares, Guarapari, Vitória e Vila Velha, no Espírito Santo, além do Distrito Federal apresentam riscos relativos por cor entre 5 e 10.

Os técnicos responsáveis pelo Estudo advertem que é preciso interpretar com cautela os resultados “na medida em que a cor nas certidões de homicídio é atribuída por um funcionário público enquanto que a cor na população, isto é, no Censo, é fruto da autocategorização".

Em outras palavras, não há garantia de que ambas as fontes classifiquem a cor exatamente da mesma forma, mesmo porque pesquisas mostram que o critério de autoclassificaçã o pode mudar com o tempo.

Um comentário:

Vini Canisso disse...

a opinião píblica não se levante a respeito destes fatos que ilustram a dimensão do desequilíbrio racial que vivenciamos silenciosamente na vitrine da produção de informação em caráter geral.


acho que nósm que desenvolvemos atividade profissional na área da imprensa, deveríamos organizar incansáveis manifestos para não só trazer à tona temas cono estes, mas promover ampla discussão nos diferentes segmentos da nossa sociedade. Numa força-tarefa, e não apenas de forma isolada.