quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Bombas de gás para iniciar o diálogo


Golpe em Honduras



Centenas de policiais e militares dispersaram no dia 7 de outubro com cassetetes e com bombas de gás lacrimogêneo o protesto pacífico da Resistência que tem se concentrado 102 dias consecutivos para exigir a restituição de Manuel Zelaya e a convocatória de uma Assembléia Constituinte. A repressão começou quando a Frente de Resistência contra o Golpe de Estado tinha apenas caminhado 30 metros depois de duas horas de concentração em frente da Embaixada dos EUA. A resistência se dirigia para a embaixada da Guatemala onde se abrigam desde o dia anterior 12 membros do Conselho de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH) depois de serem ameaçados de morte pelo governo golpista.

O Exército e a polícia apontaram as bombas para o cortpo dos manifestantes causando lesões a vários companheiros da Frente, e inclusive a um jornalista uruguaio. A violência policial começou minutos depois da inauguração da Mesa de Diálogo impulsionada pela OEA. O encarregado da abertura, o Chanceler do governo golpista, Carlos López Contreras, declarou que o país já tinha voltado ao normal e que não havia mais repressão. A reunião da OEA tem o propósito de impulsionar um processo de diálogo entre os diferentes atores da sociedade hondurenha e por isso participam mesa: os embaixadores da OEA, agentes do governo golpista, dois acessores do presidente Manuel Zelaya e o coordenador da Frente de Resistência Contra o Golpe de Estado, Juan Barahona. A resistência decidiu participar da mesa para fazer escutar sua voz embora considere que não é possível acontecer nenhum processo de diálogo enquanto continue a repressão, a cidade continue militarizada e os presos políticos não sejam libertados.

Barahona e a OEA exigiram a assinatura dos acordos de San José que têm como primeiro ponto a restituição de Zelaya. Além disso, para a OEA se trata de um passo fundamental para que a comunidade internacional reconheça as próximas eleições. Para a Frente, se considera imprescindível que Zelaya volte ao poder, pois do contrário se estabeleceriam os golpes de estado como maneira de parar os processos sociais na América Latina, e acrescentou que embora se assinem os acordos, a resistência "nunca abrirá mão da Assembléia Constituinte". Do outro lado, o presidente golpista Roberto Micheletti assegurou que não aceitará a restituição de Zelaya, e assegurou que as eleições marcadas no dia 29 de novembro aconteceram a não ser que "invadam" Honduras. Enquanto isso, nas colônias populares centenas de pessoas saíram às ruas ao anoitecer para expressar seu apoio ao presidente Zelaya.

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