segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Resenha – Hip Hop Cabo Frio

Texto de 20 de novembro de 2009


Meados de 2002/03. Um cara sonhador, agregador, malandro e sagaz chamado Anderson Gigabyte reuniu uma galera do entorno de Boca do Mato, Jardim Esperança, Jardim Peró e Tangará e funda a Família RHP – Ritmo Harmônico Protestante. O que será isso? Uma posse de Hip Hop, nome que soava estranho aos ouvidos de uma maioria, mas esses jovens compraram a idéia, se reunido no antigo espaço cultural do Jardim Esperança, onde hoje fica o Banco do Brasil. Nomes como Ice T, Loka, Nega Jully, Cabal, Mestiço, Nelsom, Kéto, Arcanjo, se reuniam com freqüência no espaço, sempre capitaneados pelo Giga, fazendo som, trocando idéia, grafitando, dançando, improvisando e de certo modo, transformando o ambiente em que estavam.


Paralelo a isso, sem uma ligação aparente, Fábio Emecê, Nélio e Marcelo Fernandes formava o grupo de Rap Bandeira Negra, Mano Gláucio em sua caminhada solo já ensaiava as primeiras rimas e não demorou para essa galera se encontrar.

Giga falece, vítima da violência na qual os jovens pretos são extremamente vulneráveis e muita coisa muda, a Família RHP assume a condição de Grupo de Rap com Cabal, Nelsom e M.Mau nos Vocais e em Parceria com o Mano Gláucio e começam a movimentar o Jardim Esperança através das celebres festas “Cometa de Haley”, feitas na Ézio Cardoso da Fonseca, Avenida central do Jardim Esperança.

Paralelo a isso, o Bandeira Negra se reformula e ficam somente Fábio Emecê e Nélio, que também começam a movimentar a cena. Nesse movimentar, começa-se a se evidenciar outro artista importante que é o Rogério Zera, grafiteiro e Mc, aliás, Mc devido ao primeiro evento de rap feito com artistas de fora de Cabo Frio, realizado em 2003 na Antiga Arena, mais precisamente no dia 26 de outubro, o chamado “Hip Hop Cabo Frio”.

Esse quarteto permeou o Hip Hop Cabo - Friense durante um bom período: Família RHP, Bandeira Negra, Mano Gláucio e Rogério Zera. Eventos de destaque: Batalha de Mc na Pista de Skate: 24 de julho de 2004; Hip Hop pra pista no Espaço Sorriso Feliz: 30 de dezembro de 2006; Hip Hop no Teatro: 13 de julho de 2007.

Também foram lançados trabalhos fonográficos, como EP – “Transformação” do Bandeira Negra em 2007 e “Aterrorizando o Sistema?” de Mano Gláucio. Em 2008 surge a H2A – Hip Hop Ativista, primeiro com a proposta de selo fonográfico, reunindo artistas de Cabo Frio, Rio das Ostras e Volta Redonda. Depois se torna coletivo com adesão de grafiteiros, B.boys, DJs e Produtores, destacando-se Gabriela Franklin, Jullyet, Carlos, Cristiano Ousado, DRI, Marcelo Eustáquio e Fábio 2000. Eventos Revelantes: I Seminário Hip Hop Arte Periférica – 05 e 06 de novembro de 2008 na Casa dos 500 anos; II Seminário Hip Hop Arte Periférica – 21 e 22 de maio de 2009 e Seminário Hip Hop Arte Periférica na Escola – Na Escola Municipal Agrícola Nilo Batista nos dias 20 a 24 de outubro de 2009.

Hoje a Família RHP não existe, mas Cabal, hoje Bal MC e Nelsom com o Grupo Juventude Periférica continuam com Trabalhos; o Bandeira Negra continua com a atual formação: Fábio Emecê, Nélio e DJ Marcelo Eustáquio; Mano Gláucio com sua contundência habitual e Zera com seus Grafites, trabalhos gráficos e rimas. Há de se destacar Cristiano Ousado no Grafite e os B.boys DG, Avatar, Junior Pequeno e Gabriel.

O Hip Hop Cabo Frio continua e se expandindo, fazendo parte desse grande rede do Hip Hop mundial. Vida longa ao Coletivo H2A, vida longa ao Hip Hop!

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