sábado, 15 de maio de 2010

A cada ano, uma nova chacina


Pedestres observam o corpo de vítima da chacina no chão de uma 
rua

 de Nova Iguaçu
Pedestres observam o corpo de vítima da chacina no chão de uma rua de Nova Iguaçu
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A maior matança no Rio
A chacina da Baixada foi a maior matança do Estado do Rio. Os crimes ocorreram na noite de 31 de março do ano passado. Policiais à paisana e armados percorreram o bairro da Posse e a Rua Gama, em Nova Iguaçu, em um Gol prata e abriram fogo contra inocentes que cruzaram o caminho. Depois, já na Rodovia Presidente Dutra, ainda no mesmo município, mataram mais duas pessoas. Ao todo, só em Nova Iguaçu, o grupo executou 17 vítimas. Não satisfeitos com o banho de sangue, os bandidos foram para Queimados. Em dois pontos da cidade, incluindo um lava-jato do Morro do Cruzeiro, a explosão de violência continuou. Centenas de tiros foram disparados. Os assassinos mataram mais 12 vítimas, fazendo subir para 29 o número de mortos nos dois municípios.
Carro do cabo Simão, morto em atentado. Foto 

de Gustavo Azeredo (Extra) - 10.10.2006
Segundo o depoimento de uma testemunha-chave, a insatisfação com a linha-dura imposta nos batalhões após a troca do comando do policiamento, foi o estopim para a explosão de violência na Baixada. Meia hora antes do início da matança, dois integrantes do bando de policiais militares teriam reclamado das mudanças em um bar em Nova Iguaçu.
Dois dias antes do massacre, oito PMs do 15º BPM (Caxias), descontentes com a linha-dura imposta pelo comandante do batalhão, coronel Paulo César Lopes, que dias antes havia prendido mais de 60 policiais por desvio de conduta, foram flagrados por uma câmera abandonando dois corpos degolados nos fundos do batalhão. A cabeça de uma das vítimas foi arremessada para o pátio do quartel


Mesmo depois de Acari, de Vigário Geral e da Candelária na década de 90, nesse novo século, as coisas não estão diferentes. Nos últimos anos, o povo brasileiro presenciou massacres nas mesmas proporções, ou piores.

Na noite do dia 31 de março de 2005, em diversos pontos de Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense, cerca de 10 homens, na sua maioria policiais, atiraram a esmo contra trabalhadores que andavam pela rua e que bebiam em bares da região. No total, 29 pessoas foram mortas. Uma das vítimas foi decapitada. Pouco mais de um ano depois, em Duque de Caxias, também na Baixada, integrantes de um grupo de extermínio, composto na sua maioria por policiais, atiraram contra um grupo de pessoas que bebiam em um bar, matando cinco delas e ferindo outras três. O crime aconteceu no bairro Parque Fluminense.

Em maio de 2007, uma operação da polícia no Complexo do Alemão envolvendo mais de mil homens de várias delegacias, deixou um saldo de 19 mortos. Grande parte das vítimas apresentou sinais de tortura e execução, porém as acusações foram ignoradas pela justiça burguesa, fazendo jus aos interesses da classe que representa.

Na noite de 22 de agosto de 2008, membros da milícia Liga da Justiça, formada por policiais que tinham representação na Câmara de vereadores e Assembléia Legislativa do Rio, invadiram a favela do Barbante, Campo Grande, e começaram a atirar contra os moradores. Sete pessoas morreram e, de acordo com as investigações preliminares, o crime teve motivação eleitoral.

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