sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A segurança de Rodas: estudante da USP é estuprada por PM

26 de janeiro de 2012


Um policial militar foi preso na capital paulista acusado de estuprar uma estudante da USP. A vítima foi rendida com uma arma e obrigada a entrar no carro do policial. Ela conseguiu gravar um número de telefone estampado em um cartaz de “vende-se” no vidro do carro do estuprador.
O PM Renato Guimarães da Silva tem vinte anos de corporação e foi preso após ser reconhecido pela estudante. Ao ver a foto do policial mostrada na delegacia, segundo um tenente que acompanhou o caso, a estudante começou a tremer.
Há ainda mais nove casos de ação com as mesmas características e na mesma região. As vítimas serão chamadas para fazer o reconhecimento do estuprador.
As imagens divulgadas pela imprensa mostram o policial sendo levado preso. Diferentemente do tratamento dado a alguns estudantes durante a desocupação da reitoria da USP ou aos estudantes em manifestação contra o aumento da passagem no Piauí ou ainda os moradores do bairro Pinheirinho em São José dos Campos, o policial não foi algemado.
Esse caso é mais um em uma lista de abusos cometidos pelos policiais. A conversa de segurança com a utilização da polícia militar cai por terra com as sistemáticas denúncias cometidas tanto fora do período de trabalho como na atuação orientada na repressão contra a população.
Em Teresina, outro policial militar foi preso em flagrante acusado de ter estuprado uma garota de 10 anos, filha de sua namorada. A própria mãe flagrou o crime.
Alguém ainda pode acreditar na conversa de João Grandino Rodas, de que a PM está na USP para proteger a comunidade universitária? Tanto Rodas, como o governo e toda a imprensa direitista usaram os casos de estupro na cidade universitária como um dos motivos da importância da PM no local. Agora esse suposto argumento mais se parece uma piada de mau gosto.

A PM não tem como função a proteção dos cidadãos, mas defender os interesses do governo e da burguesia. Os exemplos apenas nesse mês de janeiro mostram a ação da polícia: arma de fogo é apontada para estudante em espaço estudantil, repressão brutal contra usuários de crack no centro de São Paulo para favorecer setor imobiliário, selvagem e ilegal desocupação de terreno no bairro Pinheirinho em São José dos Campos e agora denúncia de policial estuprador. Além disso, a PM reprimiu brutalmente as manifestações contra o aumento da passagem no Piauí, Espírito Santo e Pernambuco. Em Teresina um estudante perdeu a visão por ser atingido por estilhaço de bomba lançada pela PM.
Está mais do que evidente que a operação para colocar a PM na cidade universitária foi fraudulenta. Não se trata de “aumento a insegurança”, mas sim de colocar o plano de privatização da USP em marcha.

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